Apesar dos benefícios comprovados, a decisão por usar aparelhos auditivos envolve inseguranças devido aos preconceitos que ainda existem em relação a essas soluções.
A perda auditiva pode impactar profundamente a sua comunicação e o aparelho é um grande aliado na promoção da qualidade de vida.
Considerando isso, a pesquisa EuroTrak Survey, realizada em diferentes países da Europa, aponta que:
- entre 80% a 93% das pessoas que usam soluções auditivas afirmam que elas melhoraram a sua qualidade de vida.
- em média, a cada três pessoas que usam aparelhos, duas delas dizem que gostariam de ter adquirido seus equipamentos antes.
Essa constatação ocorre exatamente pelos benefícios sentidos pelos pacientes a partir do momento que decidiram usar as soluções.
Porém, boa parte das pessoas com deficiência auditiva, por medo e vergonha, insiste em adiar o uso das tecnologias auditivas e deixa de investir na sua qualidade de vida por acreditar em preconceitos que ainda cercam o uso delas.
Quer conhecer os mais comuns e começar a desconstruí-los? Continue a leitura e confira.
Preconceitos comuns em relação ao uso de aparelhos auditivos
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mais de 1,5 bilhão de pessoas têm algum grau de perda auditiva.
No entanto, usar aparelhos deveria ser tão normal e comum como se beneficiar dos óculos, aparelhos ortodônticos, calçados anatômico e outras soluções que surgiram para ajudar em tratamentos e garantir o bem-estar das pessoas.
Porém, alguns preconceitos contribuem para que muitas pessoas com deficiência ainda adiem a sua decisão de usá-los, seja por medo ou vergonha dos olhares indiscretos, comentários desnecessários e até mesmo mitos que elas construíram a respeito.
Entre os mais comuns, destacamos:
Discriminação social
O preconceito leva as pessoas a enxergarem o mundo conforme o seu ponto de vista, sempre equivocado e distorcido pela falta de conhecimento.
E pode ser alimentado a partir de crenças individuais ou coletivas.
Infelizmente, ainda existe o pensamento equivocado que usar aparelhos auditivos é sinal de velhice, fraqueza ou incapacidade. Esse estigma favorece a discriminação social e impacta negativamente na autoestima.
A verdade é que as diversas tecnologias auditivas melhoram significativamente a capacidade de comunicação e interação, possibilitando que as pessoas com deficiência auditiva possam levar suas vidas sem as limitações impostas pela perda auditiva.
Estigmatização estética
Outro preconceito é a estigmatização estética.
Afinal, ainda é comum muitas pessoas imaginarem os aparelhos auditivos como objetos grandes que comprometem o visual e a aparência, o que acaba gerando um sentimento de vergonha e insegurança em quem precisa usá-los.
Porém, isso não é verdade, afinal, existem vários tipos de modelos, com designs ultra confortáveis e super modernos. Para os que desejam, existem modelos praticamente invisíveis.
Acreditar que os usuários são menos competentes
Outro preconceito é pensar que pessoas que usam aparelhos auditivos estão no mercado de trabalho por mero cumprimento à legislação no que se refere às cotas para PCDs.
A verdade é que o fato de uma pessoa ter uma deficiência auditiva não significa que ela é menos competente ou inferior a qualquer ouvinte.
Um exemplo disso é a atriz Halle Berry, vencedora do Oscar de 2002 com o filme A Última Ceia. A artista perdeu 80% da capacidade de escutar de seu ouvido esquerdo e usa aparelhos auditivos desde 1990.
Ah, caso você não saiba, Bill Clinton, o ex-presidente dos Estados Unidos, não consegue ouvir frequências de sons agudos.
Ele começou a usar aparelhos em 1997, enquanto estava no seu segundo mandato como presidente, fato que nunca influenciou em suas viagens, na administração e na sua capacidade de governar.
Isolamento social
É comum também as pessoas pensarem que quem usa aparelhos auditivos tende a se isolar ou terá dificuldades para se comunicar bem, muito pela vergonha em utilizá-los.
As experiências mostram exatamente o contrário. Pessoas que usam soluções auditivas tendem a mostrar melhoria significativa na comunicação, por isso se sentem mais seguras na convivência e interação com familiares, amigos e colegas de trabalho.
Desinteresse ou falta de esforço
Outro preconceito que precisa ser vencido é o pensamento de que as pessoas que usam aparelhos auditivos não se esforçam para se integrar ou participar das atividades comuns do dia a dia. O que não é verdade.
Quando isso acontece, o paciente pode estar lutando contra barreiras e preconceitos que ele próprio construiu ou vivenciou em relação ao uso das soluções.
E se isso está acontecendo com você, é importante lembrar que não é necessário enfrentar essa jornada sozinho.
Conte com o apoio de seus amigos e familiares, falando com eles sobre seus medos. Busque também a sua fono ou seu fono para tirar suas dúvidas.
Agora que você conheceu quais são os preconceitos e barreiras mais comuns relacionados a aparelhos auditivos, que tal continuar aqui no blog e conferir o que fazer para ouvir melhor nas festas de fim de ano?